Utiliza métodos
e técnicas intensas para extrair dos atores fortes interpretações, de modo a
causar no público grande emoção. Suas encenações são caracterizadas pelo
resgate do teatro dramático com inspirações nos segmentos da arte
expressionista, criando um clima tenso, e muitas vezes incômodo, como retrato
de um lado mais cruel do ser humano, levando o público a vivenciar sensações e
reflexões.
Conquistou seu
reconhecimento como diretor profissional por seriedade e mérito. Teve em sua
carreira espetáculos que marcaram períodos de crescimento pessoal e profissional,
com a confirmação e acertos de tudo que criou no decorrer dos anos.
Cito os
espetáculos:
Corço (1998),
Insensatez
(2000),
Se o sol me der
bom dia (2001),
O canto do cisne
(2004),
Insensatez – O julgamento de Medéia (2006),
As bruxas do
Desterro (2008)
O assalto
(2011).
Como dramaturgo,
desenvolveu seu próprio estilo literário, destacando sempre em sua obra o
caráter humano e suas conseqüências. Possui um conjunto de treze obras
registradas na Fundação Biblioteca Nacional algumas inéditas e outras
consagradas com prêmios de Melhor Texto Original, como o caso de “Insensatez”
(Primeira história da peça “Marroco conta quatro histórias de paixão”) em 2000,
“Se o sol me der bom dia” em 2001 e “Ausência” em 2004.
Em 2010, publicou seu livro “Trilogia da
Maldade”.
Carlos Marroco
acredita que a sociedade tem a cultura e preocupação, de mostrar o que ela tem
de melhor, mas afirma que todos nós temos um lado obscuro: torto, feio,
extremo, que escondemos às vezes até de nós mesmos. Nunca foi de seu interesse
mostrar no teatro a vida bela, ou uma repetição “natural” da vida no palco. Marroco
sempre quis mostrar o que não é obvio, os sentimentos sufocados, o lado cruel e
avesso do ser humano.
Com inspirações
no cinema expressionista alemão, a arte expressionista deu-lhe elementos para
desenvolver criações, criticando o conformismo da época, mostrando que a vida
não é tão bela como se pinta, que o mundo não está sob controle como se prega.
A sua teoria está fundamentada no conceito de que a arte não pode ser apenas
bela, ou apenas instrumento de entretenimento e diversão, ela possui um caráter
responsável social por contar a história de seu povo, por educar, por alertar,
por ajudar e principalmente por fazer pensar.
Quando se tornou
diretor teve a necessidade de criar uma identificação para o seu trabalho,
partindo do princípio de colocar em cena resultados que levassem mensagens e
reflexões ao público. Valorizando sempre a real função do teatro, e
desacreditado de habituais técnicas na preparação de atores, buscou através do
estudo do corpo em primeiro plano e da voz que considera estar em segundo
plano, desenvolver técnicas para preparação de atores. Faz uma comparação com o
nosso cotidiano:
“Quando falamos bom dia para alguém, o nosso
corpo já disse antes. Revelando se realmente queria desejar o bom dia”,
Sendo assim
acredita que os atores interpretassem primeiramente pelo corpo, consegue com seus
exercícios, que o ator dê essa forma ao corpo de dentro para fora, sentindo realmente
verdade e força, representando as emoções das personagens.
“Uma vez que o corpo representa o que o
texto pede a voz vem através desses impulsos e estímulos corporais. A partir
daí desdobram-se exercícios para reforçar a interpretação e sustentação vocal”.
Seus estudos da arte
expressionista e todos os seus segmentos, fatores históricos e sociológicos,
Filosóficos, Psicológicos, Psicanalíticos, e as filosofias orientais, a dança,
Butoh, as artes plásticas e a Música, junto com o estudo de artistas
contemporâneos que em algum momento usaram a mesma base de pesquisa, foram
fatores importantes para a forte identidade construída e marcada pelos exageros
gestuais, nas atuações intensas dos atores, nas concepções de cenários
impactantes, dos figurinos estilizados e criativos, e a forte iluminação que
prevalece o contraste entre a luz e sombra.
Acreditando que
o brasileiro está cada vez mais despolitizado, tenta com sua arte de alguma
forma contribuir para o desenvolvimento das artes cênicas que hoje encontra-se
estagnada no patamar comercial, onde a maioria das produções destinadas ao
público adulto está centrada no realismo e nas comédias.
“A contribuição que deixo é pequena diante
da grande oferta de diversão por diversão, mas por onde passo sempre fica uma
semente”.
Questionando a
crueldade dos seres humanos deixando-nos mensagens subjetivas e reflexivas na
construção de um mundo melhor, mostrando a verdade nua e crua no presenteia com
mais uma grande promessa de grande sucesso: “O assalto”, de José Vicente de
Paula, que retrata as tensões
cotidianas, as aflições e angústias dos habitantes da Metrópole São Paulo,
representados pelo bancário Victor e pelo varredor Hugo, ambos os funcionários
do mesmo Banco, que se deparam a um final de expediente inesperado, se
envolvendo num contexto de nuances de sentimentos, onde razão e emoção se
confundem.
O público será induzido a sentir e se
auto-analisar, quando se deparar com as personagens da peça, seus conflitos,
sua dor, seu dia a dia. Assim consiste o “O Assalto”, um espetáculo denso e
dramático que almeja conquistar o público através de seu conteúdo consistente e
polêmico, e de interpretações de qualidade.
Para quem quiser conhecer mais deste
irreverente artista contemporâneo que além de todas as qualidades mencionadas,
simpático e atencioso acesse seu blog:
O endereço é
http://diretormarroco.blogspot.com/
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